LAÉRCIO ANDRADE DE SOUZA
Nascimento: 04 de
março de 1945, em Carabuçu, 4º distrito do município de Bom Jesus do
Itabapoana-rj.
A marca do advogado, professor e escritor Laércio Andrade de
Souza surgiu cedo, na infância, quando foi 'expulso' do Colégio Liberdade,
acusado de escrever artigos contra os professores e colocar fogo em folhas de jornais, no pátio, que continha bombas ‘cabeças de
negro’, preparadas pelos colegas, que desafiavam quem tinha coragem de acender o
fósforo!
Não obstante, não colocar em risco ninguém, só ele foi
penalizado pela diretora que já o ‘monitorava’ acusando-o de aluno ‘melancia!):
‘Verde por fora e vermelho por dentro!’. Os outros colegas ‘pertenciam às
elites’ carabusenses, não
foram nem advertidos.
Quando se dirigia à biblioteca para apanhar um livro pra ler
final de semana, era interrogado: ‘Por que escolheu esse livro?’ Medo da
diretora que o livro contivesse algo
‘comunizante!'
Extravasando sua vocação de advogado, enviou carta ao Dr. Tarcísio Tupinabá, então Direto Geral dos Educandários Gratuitos do Estado. Assumiu a culpa, mas disse que os
colegas que ‘compraram, amarraram as bombas umas nas outras e acobertaram com
jornais, também deveriam ser punidos’.
Dr. Tarcísio, diante da ameaça de tão grave punição a um aluno adolescente, se
deslocou de Niterói, num furgão preto e foi
saber da diretora, a causa de tão severa punição, já que tinha
informação que’ Laércio era bom aluno e diretor do Grêmio Estudantil 'Roberto Silveira' do referido Colégio. A acusação mais 'pesada' era a de que criticava, através de jornal ‘A Voz do Estudante’ que fundou, a direção,
métodos de ensino, despreparo dos professores etc.’
Irredutível, a diretora teria colocado o cargo à disposição,
caso Laércio não fosse ‘expulso!’.
Analisadas as notas do aluno rebelde( porque não dizer,
revolucionário), Dr. Tarcísio encontrou uma
fórmula de ‘dar transferência’ para não
manchar a vida do aluno.
Já em Itaperuna, para onde ‘se transferiu!’ , entrou em
contato com os jornalistas Geraldo Guimarães, Wilker Verneck, Wilson Nascimento
e outros que escreviam para o ‘O Regional’ ‘Brasil Novo’ ‘Correio de
Itaperuna, todos de Itaperuna e para o jornal ‘Última Hora’ que se dizia correspondente no norte do estado do Rio de Janeiro.
Aos 20 anos, se aproximou do maior líder que Itaperuna já
teve: Hubert Lindelauf, padre progressista
e empreendedor do qual se tornou secretário, residindo na Matriz São José do Avaí.
Mas, estimulado por amigos jornalistas que viam nele um
cronista ‘emergente’ passou a colaborar com os jornais locais e fundando
outros, estudantis, como sub- titulado ‘O
Alarma’, nome sugerido pelo seu professor de português e latim Osório Rodrigues
Conceição, emérito mestre e amigo dos alunos do então Colégio Estadual
‘Marechal Deodoro’ – hoje ’10 de Maio’ e
colaborando na fundação do jornal ‘CORREIO DE ITAPERUNA’ que tinha como colaboradores espontâneos, o Dr. Olegário Maciel Colly, Wilker Verneck, Wilson Nascimento, Manoelzinho do Banco do Brasil, um garoto chamado de 'Fradinho' em alusão ao colaborador do jornal carioca 'Pasquim' dentre outros, sendo o Dr. Joaquim Guedes o jornalista responsável pelo semanário que foi ‘fechado’ pelo
regime militar, pois os redatores e colaboradores espontâneos foram
‘aconselhados’ a não continuarem a ‘escreverem bobagens’. As ‘bobagens’
referidas pelo Inspetor do DOPS, durante o interrogatório do Dr. Joaquim Guedes, na 143 DP. – diretor responsável pelo jornal , eram críticas endereçadas ao regime e aos
poderes constituídos, e precedeu a visita
do governador Raimundo Padilha, a Itaperuna e região.
O que mais irritou o inspetor, foi um editorial que denunciava o arbítrio do Ato
Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968 e uma crônica cáustica de
Verneck, intitulada ‘Maria Carolina’,
nome de uma mendiga que ficava nas escadarias da Matriz, centro de
Itaperuna, crônica que criticava as
elites católicas de ‘desconhecerem’ as agruras da mendiga ‘cujas feridas
alimentava as moscas que nela pousavam!’
Na época, era comum uma ‘varredura’ nos’ focos esquerdistas’
das cidades, que precedia a visita de
altas autoridades.
Laércio foi premiado
pelo Lions Club Award e Lions local, pela participação no concurso ‘A PAZ É
ATINGÍVEL’ , nível secundarista, no qual
foi vencedor – ano de 1967.
Nos anos noventa, escreveu a famosa crônica intitulada ‘SE O RIO
MURIAÉ FALASSE, ’, um libelo acusatório contra a poluição e assoreamento do
rio que banha Itaperuna-rj. Dando continuidade a sua ação ambientalista em defesa do rio e da ecologia
em geral, durante os 36 anos de atuação.
O escritor e poeta, Maurício Cardoso Faria, prefaciou a
plaqueta literária (Crônica sobre o rio) com a qual ajudou a adentrar e fundar a Academia Itaperunense de Letras, em
1991, tornando-se seu presidente no biênio 2014-2016.
No prefácio, Maurício diz:
‘A prosa de Laércio sabe à inteligência e bom
gosto. O escritor se encaminha nas veredas da construção estrutural com leveza
e firme trato nas ideias e pensamentos . Aqui, no texto que nos apresenta ,
transmite-nos a percepção do esteta frente a problemas sociais. (E o rio Muriaé
não o é? Conclui, Maurício.
Ocupou cargos relevantes na Ordem dos Advogados do Brasil,
sendo por cinco vezes eleito presidente da Subseção local e em várias
comissões.
Em 26 de setembro de 2001, foi admitido como membro efetivo
do INSTITUTO DOS ADVOGADOS BRASILEIROS,
instituição de âmbito nacional dos advogados, fundado em 1843 por D.
Pedro I.
Dando ênfase ao seu amor pelas letras e ao Direito, propôs a
criação, em julho do corrente ano, da
Comissão de LITERATURA/DIREITO no âmbito do IAB, indicação aprovada na sessão plenária do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
Tem dois livros preparados, em fase de revisão,
intitulados: ‘ALGUMA COISA’ –
crônicas; e, ‘DETRÁS DA BANCA’, onde
relata os ‘causos’ mais relevantes dos 41 anos de militância nas diversas áreas
da advocacia.
Tido pelos colegas como’ revolucionário e de esquerda’ participou de dois partidos políticos,
presidindo um por várias vezes.
Nunca se candidato a cargo eletivo mas gosta de influenciar
na política local, estadual e até nacional, dentro de seus limites.
Foi um ‘assessor’ informal do senador Nelson Carneiro (sem
remuneração!) e teve contatos com o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva,
sendo um dos coordenadores de sua campanha no noroeste fluminense durante as
campanhas presidenciais.
Recentemente escreveu crônicas como ‘TEMPUS FUGIT’, uma
breve mas audaz reflexão sobre o tempo, e ‘UMA CRÔNICA PARA MEUS NETOS E A QUEM
INTERESSAR POSSA’, onde narra ‘experiências’ sobre a guerrilha do Caparaó, que
foi chamado a participar mas não aceitou, e, TEMPO PRIMAVERIL, publicada na página oficial da Academia Itaperunense de Letras.
Deixa transparecer em seus escritos o espírito contestador e
inconformismo com os problemas sociais,
tanto nacionais como de todo
mundo, o que já refletia em sua mais famosa “A PAZ É ATINGÍVEL’ redigida
quando estudante secundarista do 3º ano científico do então Colégio Estadual
‘Marechal Deodoro da Fonseca’, hoje 'COLÉGIO 10 de Maio’.
Cáustico, em suas observações sobre as guerras patrocinadas
pelos países ocidentais, vendedores de armas, mira hoje na problemática dos
imigrantes, principalmente africanos e asiáticos, que muito o sensibilizou
durante uma viagem à Europa, acompanhando a esposa e filha em maio de 2014, o que o levou a exclamar diante de todos os excursionistas:
‘Essa situação vai se agravar’ – vaticinou o escritor.
De fato, em pouco mais de um ano milhares de imigrantes,
refugiados etc. morreram ao se aventurarem
atravessar o mediterrâneo e chegar à Europa na esperança de uma vida
melhor!
Laércio Andrade de Souza Júnior
Ps. Dados coligidos do livro, em preparo, intitulado ‘DETRÁS
DA BANCA’ e 'ALGUMA COISA' - Coletânea de crônicas escritas e divididas em décadas de 60, 70,80, 90...
Tão me tirando!
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