terça-feira, 14 de julho de 2015

Dados Biográficos do Advogado, Professor e Escritor, Laercio Andrade de Souza.

LAÉRCIO ANDRADE DE SOUZA

Nascimento:  04 de março de 1945, em Carabuçu, 4º distrito do município de Bom Jesus do Itabapoana-rj.
A marca do advogado, professor e escritor Laércio Andrade de Souza surgiu cedo, na infância, quando foi 'expulso' do Colégio Liberdade, acusado de escrever artigos contra os professores e  colocar fogo em folhas de jornais,  no pátio, que continha bombas ‘cabeças de negro’, preparadas pelos colegas, que desafiavam quem tinha coragem de acender o fósforo!
Não obstante, não colocar em risco ninguém, só ele foi penalizado pela diretora que já o ‘monitorava’ acusando-o de aluno ‘melancia!): ‘Verde por fora e vermelho por dentro!’.  Os outros colegas ‘pertenciam às elites’ carabusenses,  não foram nem advertidos.
Quando se dirigia à biblioteca para apanhar um livro pra ler final de semana, era interrogado: ‘Por que escolheu esse livro?’ Medo da diretora que  o livro contivesse algo ‘comunizante!'


Extravasando sua vocação de advogado, enviou  carta ao Dr. Tarcísio Tupinabá, então Direto Geral dos Educandários Gratuitos do Estado. Assumiu a culpa, mas disse que os colegas que ‘compraram, amarraram as bombas umas nas outras e acobertaram com jornais, também deveriam ser punidos’.
Dr. Tarcísio, diante da ameaça de  tão grave punição a um aluno adolescente, se deslocou de Niterói, num furgão preto e foi  saber da diretora, a causa de tão severa punição, já que tinha informação que’ Laércio era bom aluno e diretor do Grêmio Estudantil 'Roberto Silveira' do referido  Colégio.  A acusação mais 'pesada' era a de que  criticava, através de jornal ‘A Voz do Estudante’ que fundou, a direção, métodos de ensino, despreparo dos  professores etc.’
Irredutível, a diretora teria colocado o cargo à disposição, caso Laércio não fosse ‘expulso!’.
Analisadas as notas do aluno rebelde( porque não dizer, revolucionário),  Dr. Tarcísio encontrou uma fórmula de  ‘dar transferência’ para não manchar a vida do aluno.
Já em Itaperuna, para onde ‘se transferiu!’ , entrou em contato com os jornalistas Geraldo Guimarães, Wilker Verneck, Wilson Nascimento e outros  que escreviam  para o ‘O Regional’ ‘Brasil Novo’ ‘Correio de Itaperuna, todos de Itaperuna  e para o jornal   ‘Última Hora’ que se dizia correspondente no norte do estado do Rio de Janeiro. 
Aos 20 anos, se aproximou do maior líder que Itaperuna já teve: Hubert Lindelauf, padre progressista  e empreendedor do qual se tornou secretário, residindo na Matriz São José do Avaí.
Mas, estimulado por amigos jornalistas que viam nele um cronista ‘emergente’ passou a colaborar com os jornais locais e fundando outros, estudantis, como  sub- titulado ‘O Alarma’, nome sugerido pelo seu professor de português e latim Osório Rodrigues Conceição, emérito mestre e amigo dos alunos do então Colégio Estadual ‘Marechal Deodoro’ – hoje  ’10 de Maio’ e colaborando na fundação do jornal ‘CORREIO DE ITAPERUNA’ que tinha como colaboradores espontâneos, o Dr. Olegário Maciel Colly, Wilker Verneck, Wilson Nascimento, Manoelzinho do Banco do Brasil, um garoto chamado de 'Fradinho' em alusão ao colaborador do jornal carioca 'Pasquim' dentre outros, sendo o Dr. Joaquim Guedes o jornalista responsável pelo semanário que  foi ‘fechado’ pelo regime militar, pois os redatores e colaboradores espontâneos foram ‘aconselhados’ a não continuarem a ‘escreverem bobagens’. As ‘bobagens’ referidas pelo Inspetor do DOPS, durante o interrogatório do Dr. Joaquim Guedes, na 143 DP.  – diretor responsável pelo jornal , eram críticas endereçadas ao regime e aos poderes constituídos,  e  precedeu a visita do governador Raimundo Padilha, a Itaperuna e região.
O que mais irritou o inspetor, foi um editorial  que denunciava o arbítrio do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968 e uma crônica cáustica de Verneck, intitulada  ‘Maria Carolina’, nome de uma mendiga que ficava nas escadarias da Matriz, centro de Itaperuna,  crônica que criticava as elites católicas de ‘desconhecerem’ as agruras da mendiga ‘cujas feridas alimentava as moscas que nela pousavam!’
Na época, era comum uma ‘varredura’ nos’ focos esquerdistas’ das cidades,  que precedia a visita de altas autoridades.
Laércio foi  premiado pelo Lions Club Award e  Lions local,  pela participação no concurso ‘A PAZ É ATINGÍVEL’ ,  nível secundarista, no qual foi vencedor – ano de 1967.
Nos anos noventa,  escreveu a famosa crônica intitulada ‘SE O RIO MURIAÉ FALASSE, ’, um libelo acusatório contra a poluição e assoreamento do rio que banha Itaperuna-rj. Dando continuidade a sua ação ambientalista em defesa do rio e da ecologia em geral, durante os 36 anos de atuação.
O escritor e poeta, Maurício Cardoso Faria, prefaciou a plaqueta literária (Crônica sobre o rio) com a qual  ajudou a adentrar e  fundar a Academia Itaperunense de Letras, em 1991, tornando-se seu presidente no biênio 2014-2016.
No prefácio, Maurício diz:
  ‘A prosa de Laércio sabe à inteligência e bom gosto. O escritor se encaminha nas veredas da construção estrutural com leveza e firme trato nas ideias e pensamentos . Aqui, no texto que nos apresenta , transmite-nos a percepção do esteta frente a problemas sociais. (E o rio Muriaé não o é? Conclui, Maurício.

Ocupou cargos relevantes na Ordem dos Advogados do Brasil, sendo por cinco vezes eleito presidente da Subseção local e em várias comissões.  
Em 26 de setembro de 2001, foi admitido como membro efetivo do INSTITUTO DOS ADVOGADOS BRASILEIROS,  instituição de âmbito nacional dos advogados, fundado em 1843 por D. Pedro I.
Dando ênfase ao seu amor pelas letras e ao Direito, propôs a criação, em  julho do corrente ano, da Comissão de LITERATURA/DIREITO no âmbito do IAB, indicação aprovada na sessão plenária do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
Tem dois livros preparados, em fase de revisão, intitulados:  ‘ALGUMA COISA’ – crônicas;  e, ‘DETRÁS DA BANCA’, onde relata os ‘causos’ mais relevantes dos 41 anos de militância nas diversas áreas da advocacia.
Tido pelos colegas como’ revolucionário e de esquerda’  participou de dois partidos políticos, presidindo um por várias vezes. 
Nunca se candidato a cargo eletivo mas gosta de influenciar na política local, estadual e até nacional, dentro de seus limites.
Foi um ‘assessor’ informal do senador Nelson Carneiro (sem remuneração!) e teve contatos com o ex-presidente Luiz Ignácio Lula da Silva, sendo um dos coordenadores de sua campanha no noroeste fluminense durante as campanhas presidenciais.
Recentemente escreveu crônicas como ‘TEMPUS FUGIT’, uma breve mas audaz reflexão sobre o tempo, e ‘UMA CRÔNICA PARA MEUS NETOS E A QUEM INTERESSAR POSSA’, onde narra ‘experiências’ sobre a guerrilha do Caparaó, que foi chamado a participar mas não aceitou, e, TEMPO PRIMAVERIL, publicada na página oficial da Academia Itaperunense de Letras. 
Deixa transparecer em seus escritos o espírito contestador e inconformismo com os problemas sociais,  tanto nacionais como de todo  mundo, o que já refletia em sua mais famosa “A PAZ É ATINGÍVEL’ redigida quando estudante secundarista do 3º ano científico do então Colégio Estadual ‘Marechal Deodoro da Fonseca’, hoje  'COLÉGIO 10 de Maio’.
Cáustico, em suas observações sobre as guerras patrocinadas pelos países ocidentais, vendedores de armas, mira hoje na problemática dos imigrantes, principalmente africanos e asiáticos, que muito o sensibilizou durante uma viagem à Europa, acompanhando a esposa e filha em maio de 2014, o que o levou a exclamar diante de todos os excursionistas:
‘Essa situação vai se agravar’ – vaticinou o escritor.
De fato, em pouco mais de um ano milhares de imigrantes, refugiados etc. morreram ao se aventurarem  atravessar o mediterrâneo e chegar à Europa na esperança de uma vida melhor!
                                                                Laércio Andrade de Souza Júnior 

Ps. Dados coligidos do livro, em preparo, intitulado ‘DETRÁS DA BANCA’ e 'ALGUMA COISA' - Coletânea de crônicas escritas e divididas em décadas de 60, 70,80, 90...

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