segunda-feira, 30 de março de 2015

CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE LITERATURA E DIREITO NO IAB

                                                           -INDICAÇÃO-

                                Submeto, nos termos estatutários, para apreciação da diretoria e comissões, a criação da COMISSÃO DE LITERATURA E DIREITO, com fins e objetivos que seguem:

a)      O estudo do Direito, tanto nas universidades americanas, como em tantas outras, estão interligando a literatura ao Direito e seus protagonistas, advogados, juízes, promotores, juristas em geral.

b)      Tanto no capítulo final do livro, quanto a sinopse do ‘MIL VEZES MAIS JUSTA’ de Kenji Yoschiro, pergunta e ao mesmo tempo responde: “Sem leitura, o legislador não compreenderá o alcance das regras que edita, o juiz não se sensibilizará para o efetivo problema que reclama sua decisão; e o advogado não conseguirá expor suas verdades (...). Sem ler , nossa humanidade perde e o mundo fica menor.Nos permitimo-nos para escrever a sinopse do referido livro”

Em Mil vezes mais justo, Kenji Yoshino volta a atenção para a questão sobre o que compõe uma sociedade equitativa e justa, mergulhando numa fonte surpreendente para encontrar a resposta: as peças mais famosas de Shakespeare. Baseado em releituras criteriosas de Medida por medida, Tito Andrônico, Otelo e outros, discute perguntas fundamentais que fazemos a respeito do mundo atual e elucida algumas das questões mais preocupantes da vida contemporânea”.

c)       O livro do professor José Roberto de Castro Neves, (MEDIDA POR MEDIDA :        O DIREITO EM SHAKESPEARE), publicado em 2013, alinha nos seus 28 capítulos, uma peça e um aspecto específico em Henrique VI, A morte dos advogados, em Tito Andrônico, o silêncio dos tribunais, em Ricardo III; a moral, em Júlio César, A Retórica, em Henrique VIII, o devido processo legal etc. (apud, Tribuna do Advogado, pg. 25, de março do corrente ano).

d)      Adentrando em nossa literatura, quem não encontra nos textos machadianos,  como em ‘DOM CASMURO’, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS etc. referências e receitas para análise do’ bom direito!’ E em Guimarães Rosas? No mesmo passo, em Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos e assim por diante.
Rememorando o notável, José Candido de Carvalho em “O CORONEL E O LOBISOMEM”, onde em certa parte da introdução, o autor diz:
E bacharel saí na fornada de 1937, depois de passar, como o diabo pela cruz, através de lombadas de livros de alto saber jurídico. E uma ocasião, com a sacola soltando leis e parágrafos pelo ladrão, fui extrair da unha de um subdelegado um pobre-diabo qualquer. Foi quando constatei, para desencanto  do meu canudo de bacharel, que mais vale ter a chave da cadeia do que ser Rui Barbosa.”

e)      Direito e Literatura estão tão interligados que merecem desta Entidade, uma Comissão Especial que enriquecerá na análise de projetos etc., diante não só das razões alinhadas, como pela quantidade de juristas/escritores e amantes da boa literatura, dentre os consócios integrantes de nossa Instituição.

                                Assim, apresentadas as razões e conclusões, requeremos seja submetida à discussão e deliberação sobre a conveniência, oportunidade e pertinência da matéria.

                                    Itaperuna/Rio de Janeiro, 30 de março de 2015.

                                                                 Laércio Andrade de Souza.
                                                                 (Membro efetivo do IAB, desde 2001).



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