-INDICAÇÃO-
Submeto, nos termos estatutários,
para apreciação da diretoria e comissões, a criação da COMISSÃO DE LITERATURA E
DIREITO, com fins e objetivos que seguem:
a)
O estudo do Direito, tanto nas universidades
americanas, como em tantas outras, estão interligando a literatura ao Direito e
seus protagonistas, advogados, juízes, promotores, juristas em geral.
b)
Tanto no capítulo final do livro, quanto a
sinopse do ‘MIL VEZES MAIS JUSTA’ de Kenji Yoschiro, pergunta e ao mesmo tempo
responde: “Sem leitura, o legislador não compreenderá o alcance das regras que
edita, o juiz não se sensibilizará para o efetivo problema que reclama sua
decisão; e o advogado não conseguirá expor suas verdades (...). Sem ler , nossa
humanidade perde e o mundo fica menor.Nos permitimo-nos para escrever a sinopse
do referido livro”
“Em Mil vezes mais justo, Kenji Yoshino
volta a atenção para a questão sobre o que compõe uma sociedade equitativa e
justa, mergulhando numa fonte surpreendente para encontrar a resposta: as peças
mais famosas de Shakespeare. Baseado em releituras criteriosas de Medida por
medida, Tito Andrônico, Otelo e outros, discute perguntas fundamentais que
fazemos a respeito do mundo atual e elucida algumas das questões mais
preocupantes da vida contemporânea”.
c)
O livro do professor José Roberto de Castro
Neves, (MEDIDA POR MEDIDA : O
DIREITO EM SHAKESPEARE), publicado em 2013, alinha nos seus 28 capítulos, uma
peça e um aspecto específico em Henrique VI, A morte dos advogados, em Tito
Andrônico, o silêncio dos tribunais, em Ricardo III; a moral, em Júlio César, A
Retórica, em Henrique VIII, o devido processo legal etc. (apud, Tribuna do
Advogado, pg. 25, de março do corrente ano).
d)
Adentrando em nossa literatura, quem não
encontra nos textos machadianos, como em
‘DOM CASMURO’, MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS etc. referências e receitas para
análise do’ bom direito!’ E em Guimarães Rosas? No mesmo passo, em Memórias do Cárcere,
de Graciliano Ramos e assim por diante.
Rememorando o
notável, José Candido de Carvalho em “O CORONEL E O LOBISOMEM”, onde em certa
parte da introdução, o autor diz:
”E bacharel saí na fornada de 1937,
depois de passar, como o diabo pela cruz, através de lombadas de livros de alto
saber jurídico. E uma ocasião, com a sacola soltando leis e parágrafos pelo
ladrão, fui extrair da unha de um subdelegado um pobre-diabo qualquer. Foi
quando constatei, para desencanto do meu
canudo de bacharel, que mais vale ter a chave da cadeia do que ser Rui
Barbosa.”
e)
Direito e Literatura estão tão interligados que
merecem desta Entidade, uma Comissão Especial que enriquecerá na análise de
projetos etc., diante não só das razões alinhadas, como pela quantidade de
juristas/escritores e amantes da boa literatura, dentre os consócios
integrantes de nossa Instituição.
Assim, apresentadas
as razões e conclusões, requeremos seja submetida à discussão e deliberação
sobre a conveniência, oportunidade e pertinência da matéria.
Itaperuna/Rio de Janeiro, 30 de março de 2015.
Laércio Andrade de Souza.
(Membro efetivo do IAB, desde 2001).
Nenhum comentário:
Postar um comentário