quarta-feira, 31 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
É
sabido entre os brasileiros que os evangélicos 'oram' e os católicos 'rezam'
para denotar uma conversa com Deus. Afinal, existe alguma diferença entre esses
dois verbos?
O
verbo rezar vem do latim recitare (que significa
"recitar", como "recitar uma oração" ou "recitar uma
súplica"), enquanto orar vem do latim orare(que significa
simplesmente "falar", *um orador é aquele que fala a todos). No
entanto, apesar dessas diferenças em suas origens, rezar e orar tomaram o mesmo
significado com o passar do tempo. Em inglês, por exemplo, o verbo to
pray é usada para as duas coisas, orar e rezar. Em italiano, usa-se pregare que
significa suplicar.
Aqui
no Brasil, os evangélicos consideram que rezar é uma oração tradicionalmente
católica, em que a pessoa repete várias vezes as mesmas palavras para falar com
Deus. Para os católicos, rezar pode ser recitar uma reza ou simplesmente falar
com Deus.
Essa
diferenciação acabou virando uma guerra desnecessária para saber quem fala
melhor com Deus. Grande parte dos evangélicos argumentam que os católicos fazem
errado em rezar repetindo as mesmas palavras, isso tudo por causa deste trecho
da bíblia:
"Nas
vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque
imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos."
(Mateus
6, 7)
O
terço católico, por exemplo, é uma repetição de orações; assim como é uma
repetição as palavras "aleluia" e "senhor" nas orações e
cultos evangélicos. No entanto, até Jesus 'rezou' ou repetiu várias palavras
para falar com Deus-Pai. Vejam este trecho quando Ele estava no jardim de
Getsemâni, antes de Judas o trair:
"E,
afastando-se de novo, orava dizendo a mesma coisa."
(Marcos
14, 39)
Ou
seja, se fosse aqui no Brasil, Jesus estaria 'rezando'. Então, devemos orar
repetindo as mesmas palavras ou não? Depende.
Vou
responder primeiro porque é bom rezar repetindo palavras:
Experimentos
científicos com freiras no momento em que rezavam o terço já mostraram que a
repetição de várias palavras durante um certo período de tempo funciona como
uma meditação, em outros termos, segundo o significado tradicional de meditação
cristã, funciona como um "instrumento facilitador de autoconhecimento e de
ampliação da consciência para uma apreensão maior do conhecimento revelado por
Deus em Cristo". Ou seja, nesse sentido, orar repetindo as mesmas palavras
é bom, mas não é uma comunicação eficaz com Deus, é uma comunicação com a nossa
alma, uma busca interior por conhecimento, uma forma de apaziguar nosso
coração, elevar nossa espiritualidade, assim como fez Jesus no jardim do
Getsemâni.
E
porque não devemos repetir as mesmas palavras na oração na comunicação direta
com Deus? Simples. Em uma conversa com Deus, a resposta é porque Ele já sabe do
que queremos antes de Lho pedir. Isso é mostrado claramente na continuação de
Mateus 6,7 exemplificado anteriormente:
"[...]
Não sejais como eles (os gentios), porque vosso Pai sabe do que tendes
necessidade antes de lho pedirdes...[...]"
(Mateus
6, 8)
E
depois disso Jesus nos ensina a oração do Pai-Nosso. É lógico, a oração do
Pai-Nosso é um exemplo de como devemos orar, não significa que existe uma
fórmula exata para uma oração bem-feita, o que importa é falarmos com Deus e
estarmos buscando nossa ligação com Ele. Qualquer outra oração parecida é
válida também. Jesus só nos alerta sobre as repetições nas orações
exatamente para nos mostrar que Deus sabe perfeitamente do que nós precisamos
antes mesmo de falar com Ele e que, portanto, que a nossa oração seja
apenas de agradecimento, que não seja uma oração egoísta, que seja uma oração
para glorificar Seu nome e de lembrar a nós mesmos que estamos entregues em
Suas mãos. Se estamos repetindo essas palavras ou não, o que importa? São elas
repetições vãs, inúteis? Afinal, quanto mais queremos estar em contato com Deus
de maneira positiva, vale o esforço, não é verdade?
A paz a todos!
terça-feira, 2 de julho de 2013
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