Lembranças de meu pai
Laercio Andrade de Souza
Ensinou-me a caminhar com segurançaSem medo, com esperança
Era apenas uma criança
A sentir o odor da floresta orquestrada pelo vento
A ouvir o canto dos passarinhos
O amor das aves em seus ninhos
A descobrir o sabor da água em sua fonte
Ver do alto o horizonte
E no arco-íris, uma ponte
Ensinou-me que alegria não é só antônimo de tristeza
Mas também atributo da beleza
Que amar é respeitar a natureza
E ao próximo como a si mesmo
Amparou-me no tropeço
Ensinou-me que a vida não tem preço
Olhar para o céu, que extasia!
Eu nada via, nada compreendia
Queria, certamente, mostrar Deus
(Difícil empreitada?!)
Que nada!
Era tudo tão belo e infinito
Que acabei convicto
Ensinou-me ecologia
A respeitar os animais e os vegetais
Flora e fauna em harmonia
Não falou em economia
O mundo é tão farto, basta a partilha
Pregava a filantropia
Ensinou-me que o amor é divindade
Desvendando o “enigma” da Trindade
Que o mundo tem muita vaidade
Pouca caridade!
Que o pão não é só alimento
Mas transubstancia em vida, num momento
Pai, mestre sem maestria
“Filósofo” sem filosofia
“Doutor” em pedagogia
“Mestrando” em teologia
Pai... só alegria!
Itaperuna, 25/01/2010.
O autor é advogado, membro da Academia Itaperunense de Letras, tem como referência Regional Pe. Hubert Lindelauf e o nacional Alceu Amoroso Lima (“Tristão de Ataíde”).
PS1: Dedico este poema a meu neto Laércio Andrade de Souza Neto, 12 anos, quem digitou, com competência, o poema.
PS2: Este poema foi uma resposta ao meu neto sobre como eu fora educado, se meu pai tinha estudado, se passeava comigo, como era o céu na roça em que fui criado, a montanha denominada “Serra” e outros questionamentos.
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