Você, amigo seguidor, já percebeu que nós brasileiros estamos perdendo a capacidade de nos indignar? Explico: quando menino, ainda adolescente, ficava chocado com a notícia de um furto qualquer. Podia ser coisa de pequeno valor, material ou não, cometido por um adolescente ou adulto.
Minha mãe, mulher "brava" - mas inteligente e educadora - esbravejava: "quem rouba um ovo, rouba um cavalo!"
Sua indignação comparativa devia-se ao fato de o abigeato "estar em volta " no meio rural.
O cavalo era o meio de transporte usual, tão útil como a motocicleta, bicicleta e um automóvel.
Hoje, tanto a imprensa falada como a escrita e televisiva nos traz um festival de assaltos, mortes, corrupções, estupros, execuções sumárias, violência policial e, porque não, judicial!
Pouco protestamos! Pouco nos indignamos!
Somos omissos, criando nossos" mundinhos" pensando que os reflexos não nos atingirão!
O fenômeno não é exclusividade nossa. O fato é mundial!
Escrevendo sobre o tema, Stéphane Hessel, um jovem de 93 anos, em seu "INDIGNEZ VOUS" ("Fique Indignado"), incitou principalmente os jovens ao "... não conformismo pacífico...".
Hessel, escritor judeu alemão criado em Paris, ajudou a escrever a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM, em 1948.
Alceu Amoroso Lima também referiu-se ao tema ao prefaciar o livro "TORTURAS E TORTURADOS", de Márcio Moreira Alves, título que tanto tortura os torturadores do golpe militar de 64 até hoje!
Voltando ao nosso burgo, quero com este artigo, cheio de imperfeições, mas com os precedentes de toda minha militância político-partidário-corporativa etc. manifestar, mais uma vez, minha indignação com a violência contra a vida; contra as minorias e, principalmente, contra a mãe natureza, que "geme" do Haiti às Filipinas, da região serrana ao Japão!
Indignem-se, portanto, ó jovens! Para cada ação maléfica uma ação pacífica contundente; em cada ramo de atividade que exercerem, escrevendo, discursando, dizendo não ao erro, pena de estarem incursos e/ou colaborando com os criminosos e incindindo na omissão, talvez a mais abominável forma de pecar.
Sabiam que o omisso é pior que o ladrão? Este pode, pelo menos, se regenerar; aquele, é mais difícil, pois estará sempre escudado nas pseudo-assertivas "... não tenho nada com isso", "não é problema meu", "é caso para a polícia" etc.